30/10/2008 - 15h41
Estudantes e professores protestam em Roma contra lei de educação
da Efe, em Roma
Estudantes e professores fizeram uma passeata nesta quinta-feira em Roma pedindo a renúncia da ministra da Educação Mariastella Gelmini e a anulação da lei de autoria do governo aprovada ontem pelo Senado italiano que, entre outros tópicos, reduz em mais de 8 bilhões de euros (cerca de R$ 21,7 bilhões) o orçamento das escolas públicas.
Segundo os organizadores, o ato reuniu 1 milhão de pessoas. Outras cidades italianas, como Florência, também foram palco de protestos de estudantes nesta quinta. Alguns cartazes usados na manifestação representavam Gelmini com um machado, em referência a este corte de orçamento.
Outros afirmavam que a mobilização pretendia defender o futuro dos estudantes, enquanto alguns perguntavam "Onde foi parar o dinheiro da escola?" e "A escola? Presente. Gelmini incompetente".
Políticos de oposição ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi também participaram do ato, entre eles o líder do Partido Democrata (PD), Walter Veltroni, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Fausto Bertinotti e o principal nome do partido Itália dos Valores, Antonio Di Pietro.
Além do orçamento das escolas públicas como um todo, a lei de educação, em sua parte financeira, prevê cortes de mais de 87 mil postos de trabalho de docentes, bloqueio de contratos de professores temporários e redução de 44,5 mil empregos administrativos.
Nos aspectos acadêmicos e administrativos, ela estipula a volta ao colégio do mestre único, fechamento de colégios em locais isolados, aumento de estudantes por classe, redução de horas letivas e introdução da nota de conduta.
A manifestação terminou sem distúrbios, mas a polícia precisou bloquear o tráfego em grande parte da cidade, obrigando os transportes públicos a modificarem seus trajetos.
29/10/2008 - 13h11
Reforma educacional leva milhares de estudantes às ruas na Itália colaboração para a Folha Online
Milhares de estudantes foram às ruas de várias cidades italianas nesta quarta-feira para protestar contra a aprovação no Senado da reforma educacional proposta pelo governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. A principal manifestação aconteceu em Roma, onde os estudantes entraram em confronto com a polícia na Piazza Navona.
Segundo o site do jornal "La Repubblica", quatro pessoas --três estudantes e uma policial-- ficaram feridas e foram levadas ao hospital. Outros 14 estudantes foram presos, conforme informou a polícia. Os estudantes também bloquearam ruas, estações de trem e escolas nas cidades de Milão, Nápoles, Florença e Trieste.
Com 162 votos a favor, 134 contra e três abstenções, o Senado deu o sim definitivo para a reforma--que já tinha sido aprovada na Câmara dos Deputados-- após várias sessões de disputa acirrada entre representantes do governo e da oposição.
Reforma
A reforma foi proposta pela ministra da Educação da Itália, Mariastella Gelmini e já havia sido amplamente rejeitada por estudantes e professores. A oposição e os estudantes exigiam a retirada do texto, que estabelece a introdução de uma nota de conduta como requisito para aprovação nas disciplinas.
A medida também prevê o fechamento de 86 mil postos de trabalho, de professores e funcionários, nos próximos três anos. No ensino primário, haverá apenas um professor para todas as disciplinas, exceto informática, inglês e religião.
Outros motivos para a falta de acordo com os estudantes e com os pais dos alunos é o fechamento de muitas escolas que estão em lugares isolados, o aumento de estudantes por turma e a redução da carga horária letiva (das 40 horas semanais para 24).
O plano prevê também um corte de 8 bilhões de euros (R$ 23 bilhões) dos gastos do governo no ensino superior.
Protestos
Os protestos acontecem em toda a Itália há algumas semanas, em manifestações, greves, ocupação temporária de salas de aula e também de instalações públicas, como estações de trem. Muitas escolas fizeram aulas nas ruas ou em locais emblemáticos, como o Coliseu. Está prevista para amanhã uma greve geral de professores, estudantes e funcionários.
Nesta quarta-feira, deputados de partidos da oposição se dirigiram aos estudantes reunidos em frente ao Senado para darem seu apoio a eles no protesto. Parlamentares do partido Itália dos Valores (IdV), se mostraram favoráveis à convocação de um plebiscito sobre a norma.
A ministra da Educação afirmou que a reforma tem apoio da maioria dos italianos. Ela disse que as medidas irão trazer de volta às escolas a seriedade e o mérito. Anunciou também que divulgará na próxima semana outras medidas para o ensino superior.
Com Efe e France Presse
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