sábado, 9 de janeiro de 2010

BIOGRAFIA DE ROSALVO RIBEIRO



Rosalvo Ribeiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


O Quadro Notícias desagradáveis, 1896
está no Museu de Arte de São Paulo, São Paulo




Rosalvo Alexandrino de Caldas Ribeiro (Marechal Deodoro, 26 de novembro de 1865 - Maceió, 29 de março de 1915) foi um pintor acadêmico brasileiro, também escritor, músico e professor.[1] Na pintura, dedicou-se a temas históricos, militares, retratos, cenas de gênero e marinhas.

Vida e obra
Rosalvo Ribeiro muda-se com a família para a capital de seu estado-natal aos quinze anos de idade. Aos vinte, ingressa na Academia Imperial de Belas-Artes do Rio de Janeiro, onde se relaciona com Eliseu Visconti e João Batista da Costa, entre outros. Conquista a pequena medalha de ouro da Academia no mesmo ano de seu ingresso.[2]
Em 1888, com bolsa concedida pelo governo alagoano, viaja para Paris, afim de aperfeiçoar-se na Academia Julian, onde estuda com Jean-Baptiste-Édouard Detaille, um dos mais reputados pintores de temas militares na França do século XIX.[3] A temática e estilo de Detaille exercerão grande influência na produção francesa de Rosalvo Ribeiro, manifestos inclusive na tela La charge ("A carga"), de tema militar, exposta no Salon de 1898 com relativo sucesso (mais tarde doada ao governo de Alagoas, na condição de "envio").[3][4]
Aprovado em primeiro lugar na modalidade desenho em concurso, passa a frequentar a École des Beaux-Arts de Paris, sob a tutela de Jules Lefèbvre, professor do também brasileiro Belmiro de Almeida. Conclui seus estudos com Léon Bonnat. A exemplo do que fariam muitos pintores franceses ao término do século XIX, como Germain David-Nillet, interessa-se pela pintura de interiores obscuros holandeses, à maneira de van Ostade, e viaja para a Bretanha onde produz obras representativas da pintura de gênero (Notícias desagradáveis, 1896; Interior com duas crianças, 1899), muito admiradas pelo aguçado espírito de observação e suave luminosidade.[3]
Em 1901, após doze anos residindo na França, regressa ao Brasil, fixando residência em Maceió. Recebe menção honrosa na 13ª Exposição Geral de Belas Artes em 1906, e volta a expor na edição seguinte.[5] Dedica-se ao ensino e à retratística local até sua morte, em 1915. Teve, entre seus alunos, Virgílio Maurício. Em seu Dicionário brasileiro de artistas plásticos, Walmir Ayala o definiria como "artista de sólida e consistente construção técnica, de cor agradável, dominando com mestria o desenho e a perspectiva."[4] Em 1945, o Museu Nacional de Belas Artes lhe dedicou uma pequena retrospectiva.[2] Ver também

Referências
1. ↑ Ribeiro, Rosalvo (1865 - 1915). Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Página visitada em 12 de abril de 2009.
2. ↑ 2,0 2,1 RIBEIRO, Rosalvo. Bolsa de Arte. Página visitada em 12 de abril de 2009.
3. ↑ 3,0 3,1 3,2 Marques, 1998, pp. 46.
4. ↑ 4,0 4,1 Cavalcanti & Ayala, 1973.
5. ↑ Exposições Coletivas. Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Página visitada em 12 de abril de 2009.
Bibliografia
• Cavalcanti, Carlos & Ayala, Walmir. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC/INL, 1973/1980.
• Marques, Luiz. Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand: Arte do Brasil e demais coleções. São Paulo: Prêmio, 1998. pp. 46-48. v. IV CDD 709.4598161
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosalvo_Ribeiro"
Categorias: Alagoanos de Marechal Deodoro Pintores do Brasil
Nascido em 1865, Rosalvo Ribeiro descobre muito cedo sua vocação para a pintura. Aos 20 anos de idade é um destacado aluno da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Beneficiado com uma bolsa de estudos do Governo de Alagoas, o pintor muda-se para Paris e passa a freqüentar a Academia Julian e a Escola de Belas Artes, onde entra em contado com os maiores pintores da época.
Em 1901 retorna a Maceió para dedicar-se ao ensino e à pintura. Como agradecimento à ajuda financeira recebida, Rosalvo Ribeiro doa ao Estado de Alagoas grande parte das obras produzidas na França. O pintor morre em 1915. Atualmente o acervo encontra-se exposto no Museu do Antigo Palácio do Governo.
A pintura de Rosalvo Ribeiro sofreu forte influência da Academia Francesa do século XIX, graças aos ensinamentos de seus grandes mestres: Jean-Baptiste-Édouard Detaille, Jules Lefèbvre e Germain David-Nillet. Na França o pintor alagoano notabilizou-se por retratar temas militares e cenas cotidianas. A obra intitulada La Charge foi selecionada para o concorrido Salon de 1868, realizado em Paris, que reuniu a vanguarda da pintura européia.
A trajetória de Rosalvo Ribeiro na França será tema da conferência que será proferida por Romeu Loureiro, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e do Comitê da Alliance Française de Maceió e autor do livro Redescobrindo Rosalvo Ribeiro, em que traça a biografia do homenageado.
Rosalvo Ribeiro
O município de Marechal Deodoro passou à história, alagoana e brasileira, por, além de haver sido a primeira capital da província, ser o berço da família Fonseca, cujos filhos ilustres, dentre eles o Proclamador da República, tiveram destacada atuação no cenário nacional. Foi também ali, em 26 de novembro de 1867, quando ainda se chamava Cidade de Alagoas, que nasceu o filho do capitão da guarda nacional, Rosalvo Alexandrino, e de dona Josefina Izília de Caldas Ribeiro, batizado na secular matriz de Nossa Senhora da Conceição com o mesmo nome do pai.
No afã de oferecer uma melhor instrução à família, o casal mudou-se para Maceió, onde Rosalvo freqüentou o Colégio Bom Jesus, cursando Humanidades e, depois, técnicas de Desenho e Pintura no Liceu de Artes & Ofícios. Seu talento adolescente já começara a despertar atenções pelos bons "crayons" de pessoas e paisagens que realizava, sob encomenda e a preços acessíveis. Em 1884, o próprio Presidente da Província, Bacharel Henrique de Magalhães Passos, encomendou-lhe um retrato e tão satisfeito ficou com o resultado que conseguiu da Assembléia Provincial a concessão de uma bolsa destinada a custear os estudos do jovem alagoano na Imperial Academia de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Daí para o sucesso, foi um pulo. Ao final do ano letivo, Rosalvo Ribeiro, que lograra obter a primeira classificação entre seus colegas, foi agraciado com uma medalha de ouro que também correspondia a uma bolsa de estudos, na Academia Julien, em Paris, onde desembarcou em setembro de 1888.
No Brasil, vivia-se a euforia da abolição da escravatura e sonhava-se com a República. Na França de tão famosas tradições culturais, despontava o jovem alagoano, discípulo dos grandes da época, como Jules Lafebre. Aluno de outras instituições famosas, com o padrão da École des Beux Arts, fez amizades com pintores do porte de Edouard Detaille, responsável pela decoração artística do Hôtel de Ville (hoje Prefeitura de Paris) e do Pantheon. Descobriu a pintura militar, que exaltava os atos de heroísmo e resistência dos soldados franceses. Teve telas premiadas. A Rendição, a Carga, a Submissão, Avançar e a Sentinela Perdida são alguns, dentre tantos outros quadros, que imortalizam essa fase de sua inspiração.
O forte da produção, contudo, poder-se-ia dizer, foi fazer retratos, pintar gente. Retornou ao Brasil e a Alagoas em 1901. Famoso além-mar, não encontrou na terra mãe a mesma ressonância para o seu talento, de inspiração tipicamente européia. Suas paisagens demonstram que se encantou muito menos com a riqueza das luzes, flores, mares tropicais e translucidez da natureza nordestina do que o fizera com as estepes, a luminosidade outonal e os nevoentos invernos de Paris. Foi como retratista de personalidades famosas e abastadas e como professor de Desenho que conseguiu sua modesta manutenção, até 29 de abril de 1913, quando faleceu, aos 46 anos de idade, vítima da então incurável tuberculose.
O Palácio Marechal Floriano, sede do governo, detém um considerável acervo da obra do mestre. Aprendi a admirá-lo, como alagoano e como requintado artista e vibrei quando, em 1998, o Instituto Histórico e Geográfico, na pessoa de seu dinâmico presidente, Jayme Lustosa de Altavila, fez editar o catálogo Redescobrindo Rosalvo Ribeiro, na tentativa de levar ao conhecimento de um maior número de alagoanos o talento e a genialidade desse conterrâneo que merece nossa admiração e o respeito indelével da posteridade.

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