quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SAÚDE

Depressão: O mal da vida moderna.
Por: Alessandra Ferreira

Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, a depressão é "um transtorno mental comum, caracterizada por tristeza, por perda de interesse ou prazer, pela diminuição da concentração, pela existência de sentimentos de culpa e baixa auto-estima, por distúrbios do sono ou do apetite e pelo desânimo. Estes problemas podem se tornar crônicos ou recorrentes, prejudicando substancialmente a capacidade do indivíduo de lidar com a vida diária. Na sua forma mais grave, a depressão pode levar ao suicídio. A maioria dos casos pode ser tratada com medicação ou psicoterapia."

Recentemente, durante a primeira Cúpula Global de Saúde Mental - realizada na Grécia, a OMS fez um importante e preocupante alerta: a depressão será a doença mais comum do mundo até 2030 e será a maior causa de perdas entre todos os problemas de saúde, incluindo-se ai câncer e aids, principalmente em países em desenvolvimento.

De acordo com os dados da Organização, cerca de 450 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com transtornos mentais, sendo a depressão responsável pelo maior número de casos. Para os estudiosos, as exigências do mercado de trabalho, cada vez mais estressante, e da vida moderna são fatores determinantes para o desenho deste quadro.

A depressão pode ter características biológicas e costuma mostrar seus primeiros sintomas na adolescência; ou pode ser desenvolvida por pressões do meio. Daí o alerta da OMS para os países em desenvolvimento que, além de deixarem sua população mais suscetível ao estresse em decorrência das desigualdades sociais, em sua maioria, não possuem políticas de saúde voltadas para o auxílio do indivíduo que sofre com este problema. Para os países mais pobres, os efeitos de uma população deprimida podem ser sentidos na economia, já que um trabalhador, com qualquer tipo de transtorno mental, tem uma queda em sua produtividade.

É fundamental não confundir a depressão com tristeza comum. A tristeza, como explicam especialistas, é uma experiência vivida por qualquer um em vários momentos da vida, por diversas razões. Já a depressão é um quadro crônico que se caracteriza pelos sintomas listados anteriormente e que simplesmente impede o indivíduo de conduzir normalmente sua vida.

No Brasil, milhões de brasileiros sofrem com este problema, que tem se manifestado cada vez mais cedo, aumentando as estatísticas de sua ocorrência entre crianças e adolescentes. Aliás, nos últimos 20 anos, este aumento causou um reflexo negativo dos mais assustadores, já que elevou o número de suicídios em 20 vezes, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Desde o início dos anos 90, contudo, o país possui um estatuto que visa auxiliar e garantir a cidadania e os direitos de qualquer indivíduo com transtornos mentais, incentivando "a criação de serviços em saúde mental de atenção comunitária, pública, de base territorial, ao mesmo tempo em que se determina a implantação de critérios mínimos de adequação e humanização do parque hospitalar especializado.". Além do governo, iniciativas como a do CVV - Centro de Valorização da Vida - tem um importante papel no auxílio a esta pessoa que procura ajuda.

Aliás, este é o primeiro passo. Ao reconhecer o problema, o doente não deve sentir vergonha de procurar ajuda. Ainda que o acesso aos tratamentos gratuitos não seja satisfatório, existem ONGs, universidades e hospitais que realizam programas voltados para cuidar este tipo de doença.

A previsão da OMS é assustadora, mas ainda há tempo de reverter este quadro. Se você conhece alguém com este problema, ajude-o, o apoio de amigos e parentes é fundamental. Se você sofre deste mal, trate-se! Não perca a oportunidade de viver bem a sua vida!


DOAÇÃO DE SANGUE - UM ATO QUE PODE SALVAR MUITAS VIDAS

Solidariedade na veia
Por: Alessandra Ferreira em entrevista com Lula Ribeiro.

Saber das dificuldades dos outros. Ter conhecimento do sofrimento alheio. Solidarizar-se com a dor de alguém. Tudo isso faz parte, de uma certa forma, do nosso dia-a-dia. Cada um de nós está em freqüente contato com tais situações; ou porque as vivemos ou porque tomamos conhecimento delas. Porém, quantos de nós, de fato, tomam alguma atitude? Você já tomou alguma?

Embora (e infelizmente) para a maioria de nós as respostas para estas perguntas sejam: muito poucos e não, existem aqueles seres humanos abnegados que pensam em um cenário maior, tirando o foco da vida do seu próprio umbigo e dedicando vários de seus momentos e esforços a ajudar o outro. Estas pessoas se dedicam para levar ao conhecimento do público questões importantes e relevantes para a existência de muita gente. Em vários casos, contudo, o suor destes poucos não é suficiente e além da luta para levar a diante uma causa, batalham também para conseguir apoio para não deixá-la morrer.

Um destes casos é o do projeto Veia Social, lançado oficialmente no dia 8 de março, e idealizado por Lula Ribeiro, em parceira com Laila Sena, a quem conheceu pelo Twitter, e que após passar por um tratamento para cuidar de um linfoma, tornou-se voluntária no INCA, no grupo de medula óssea - o CEMO, Centro de Medula Óssea. Segundo Lula, "a idéia é criar uma rede social para receptores e doadores de sangue com objetivo de divulgar a importância da doação voluntária e fazer com que eles comuniquem-se e saibam da realidade dos receptores, fazendo assim com que aumente a vontade das pessoas doarem sangue."

Cada um deles se envolveu com a questão por motivos particulares, porém perceberam que o problema não estava restrito a eles e sim a um número enorme de pessoas que necessita deste gesto para seu tratamento ou mesmo para sobreviver. Laila teve linfoma e se submeteu ao tratamento da doença até fevereiro de 2003. Depois, como voluntária no INCA, teve contato com vários pacientes que precisavam de doadores não só de sangue como de medula. Isto fez com que ela se engajasse para lutar e divulgar a causa. Já Lula teve contato com esta realidade através de um pedido de e-mail. A mãe de uma amiga precisava de doadores. Chegando no local para fazer a doação, ele se deu conta de que era a primeira vez que fazia isso. Foi do mal estar gerado pela constatação que surgiu a idéia de levar mais informação às pessoas sobre a importância de se doar sangue. Depois, em contato com Laila, nasceu o Veia Social.

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