Pesquisa com docentes de 19 estados revela quadro da educação brasileira
25/09/2008 16:17:05
Dicon/Reprodução Professores querem melhora do ensino O que mais influencia a educação dos jovens e crianças brasileiros: a mídia, a família ou a escola? Segundo 8.773 docentes de Educação Básica de 19 estados do país, a reposta é a família, seguida da escola, da mídia e amigos, nessa ordem. Três de cada quatro destes professores consideram que a administração não valoriza suficientemente seu trabalho e 80,6% pensam o mesmo em relação à sociedade. No entanto, apesar de se sentirem pouco valorizados, apenas 20% mudaria de profissão.
Estes e outros dados fazem parte da pesquisa “A qualidade da educação sob o olhar dos professores” apresentada nesta quinta, 25, no Seminário de Educação para a Cidadania, promovido pela Fundação SM e a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
As questões sobre qualidade da educação foram agrupadas em sete categorias temáticas: fatores que incidem sobre a educação; avaliação geral do sistema educacional; avaliação das diferentes etapas da educação; satisfação com a escola na qual trabalham; mudanças que julgam necessárias para melhorar a educação; avaliação da convivência e avaliação da situação do professorado.
O objetivo, tanto do seminário quanto da pesquisa, é contribuir para a formação continuada de docentes e gestores e para o debate sobre questões fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas na área de Educação. A edição deste ano foi conduzida pela pesquisadora Maria Malta Campos, da Fundação Carlos Chagas.
O estudo “A qualidade da educação sob o olhar dos professores” revela que mais da metade dos docentes acreditam que o ensino atual não se ajusta às necessidades futuras dos estudantes, que a escola atual não prepara os estudantes para a vida. Uma das mudanças mais apoiadas pela maioria dos professores (87%) é a incorporação de conteúdos voltados para Educação para a Cidadania e Direitos Humanos no currículo.
A pesquisa mostra que quase 30% dos docentes da escola pública estão insatisfeitos com as instalações e com as condições de trabalho e cerca de 40% questionam o tamanho das turmas. Para 53%, o Ensino Médio é regular ou ruim, enquanto 30,8% pensam que a educação brasileira é pior que no restante da América Latina. Para quase a metade (49,4%) deles, a situação piorou nos últimos anos. Mas os entrevistados se dividem neste ponto: os professores mais antigos são aqueles que fazem a avaliação mais negativa sobre essa evolução.
A etapa melhor avaliada é a Educação Infantil e a pior, o Ensino Médio, etapa na qual 84% pedem mudanças, uma delas que seja oferecida a formação profissional. De qualquer forma, mais de 60% acreditam que a educação será melhor no futuro.
Para refletir sobre a qualidade da educação, a gestão escolar e a transformação social, eles podem buscar entender porque 83% dos professores querem endurecer o tratamento dado a alunos indisciplinados na escola. Outros números que podem ajudar a pensar esta questão: para 85,5%, o número de conflitos na escola vem aumentando; e 47,9% consideram que um dos principais obstáculos para a aprendizagem é o número elevado de faltas dos alunos.
E os docentes também avaliam o próprio sistema educacional: 94,3% querem reforma no plano de carreira; 45,1% concordam com a proposta de sistema externo de avaliação do seu trabalho; e 71% dos professores da rede particular querem avaliação e concorda com a divulgação dos resultados.
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